WhiskeLouco

sábado, 22 de maio de 2010

Camisa roxa do Corinthians mostra a força de uma boa história

A camisa roxa do Corinthians provocou uma enorme polêmica, incessantes debates na televisão, pelos jornais e nas mesas de bares e botequins. Bonita, ou feia, ela é motivo de debates acalorados, como nenhuma outra camisa número três de qualquer clube brasileiro já foi.


O Palmeiras tem a sua camisa verde-limão, o Santos, sua camisa azul-marinho com dourado. O Flamengo já jogou com a Papagaio-vintém "recriação de uma de suas primeiras camisas" e agora tem uma recriação de camisas antigas do remo. O Coritiba lançou sua camisa cinza, o Fluminense, uma laranja. Realmente essa história de camisa três virou uma febre. Mas o que é que a camisa roxa do Corinthians tem de diferente das outras?


É simples. Ela conta uma história. Uma história de superação, com todos os ingredientes de um romance épico, com boas doses de sofrimento, queda, paixão e, se tudo der certo, a volta por cima no final glorioso. Tudo isso em uma camisa? Ela vem com uma bula, um livreto, algum texto acompanhando? Não. Ela não precisa. Ela é roxa. Isto basta.

Em uma escolha feliz, o Corinthians conseguiu criar uma camisa-conceito, que vai além do simples objeto e encampa toda uma história de amor e devoção ao time do coração. Ao vestir a camisa roxa, o corintiano está dizendo que é apaixonado pelo seu time, que sua paixão tem a cor da camisa e não respeita os limites da primeira, ou segunda divisão. Que acredita na volta por cima e, melhor do que isso, está disposto a seguir sua paixão na vitória e na derrota e colocar-se acima das gozações e provocações dos torcedores rivais. O roxo virou a cor da virada. A cara da vitória de um time que viveu a sua maior derrota no ano passado.


Acima de tudo, a camisa roxa do Corinthians é um case perfeito de história bem contada, um exemplo da força insuperável das boas histórias no mercado globalizado. As histórias vêm e falam do coração. Atingem o consumidor onde nenhum brilho diferente, tecnologia dry-isso, ou dry-aquilo pode chegar. Atingem o consumidor em seus sentimentos e nas suas emoções. Ganham força quando há uma identificação com a história de vida deste consumidor.

Elas podem ser contadas em um livro, uma peça de publicidade, um site, um evento, ou simplesmente por um produto. O fundamental é que sejam contadas. E que sejam autênticas.